Resultados do Programa de saúde da família são melhores em municípios de poucos habitantes

   
De acordo com levantamento publicado no periódico Ciência & Saúde Coletiva, o Programa Saúde da Família (PSF) obteve melhores resultados em sua implementação em municípios com menos de 50 mil habitantes e resultados mais fracos nos municípios maiores. O trabalho é da autoria de Flávia Henrique e Maria Cristina Calvo, pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina, e foi veiculado na edição do quinto bimestre de 2009.

Segundo as autoras, para colheita de dados, foram empregados dados secundários e retrospectivos dos municípios catarinenses que apresentavam informações sobre a implantação do PSF em 2001, o que forneceu "uma amostra de 125 municípios - 43% do total de municípios catarinenses". Entre as variáveis utilizadas por elas estavam: grau de implantação do Programa Saúde da Família, porte populacional, índice de desenvolvimento humano municipal e gasto per capita com saúde.

As pesquisadoras revelam, entre os resultados, que "nenhum município com mais que 50 mil habitantes apresentou condição satisfatória de implantação do PSF. A situação intermediária concentra a maioria dos municípios (58%), e todos os municípios com mais de 100 mil habitantes foram classificados como em situação 'insatisfatória'". Elas acrescentam que "dos dezesseis municípios classificados em situação satisfatória, a maior proporção foi dos com 20 a 50 mil habitantes - 28% desses municípios apresentaram classificação satisfatória de implantação do PSF. Esse resultado, embora não significativo, sugere que os outros componentes da classificação - processo e resultado - estão mais bem desenvolvidos nesses municípios do que nos menores, que atingem maior cobertura populacional".

Para Flávia e Maria Cristina, "é possível afirmar que o IDH-M e o porte populacional estão associados ao grau de implantação do PSF. Novas investigações permitiriam conhecer outros indicadores que influenciam o desempenho do programa. Essas informações contribuiriam para que o PSF recebesse adaptações que melhor respondessem às necessidades em saúde das diferentes realidades municipais".

Fonte: Saúde em Movimento/Notisa
Publicado em: 19/02/2011

http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_frame.asp?cod_noticia=3759

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